SEM #29
Isto não volta mais. Todos juntos numa sala vermelha, celebramos a despedida e, apesar disso, sente-se um começo. Terminámos apenas de nos conhecer. Agora sei como soa aquele riso, sei que piadas esperar dali, sei em que ouvido desabafar, sei o olhar que me fará sorrir, sei que expressão aqueles lábios insistem em repetir e sei o sonho daquela alma. Sei agora por onde seguir, sei como mergulhar em cada um deles, descobri o caminho brilhante de cada um. Somos todos tão diferentes que é impossível não nos apaixonarmos pela harmonia irresistível destas diferenças. Sorrimos de igual forma.
Ela sorria e dançava no seu jeito típico, braços largos e elevados, libertos, e a alegria esvoaçava com ela. Observei-a. Acordo para tudo o que absorvi. Apercebo-me do quanto ela, a sua dança, o seu sorriso, fará a saudade apertar cedo, como cada particularidade de cada um de nós se crava como única na memória e vai insistir em regressar. O peito aquece e os olhos tentam controlar-se.
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