sexta-feira, agosto 14, 2009

SEM #15
Chegámos, por fim, à costa. Aos hilariantes quarenta e sete quilómetros de costa, que impressionam pela sua pequenez uma portuguesa como eu. Porém, apesar de bem longe das costas algarvias, o ambiente da beira-mar adriática leva-me de volta às docas rodeadas de bares e sotaques diferentes que tão bem conheço do meu país.
Entre a restauração, o jazz toma lugar num anfiteatro aberto para a rua. Alguns de nós (algumas) atrevemo-nos a sentar para ouvir um pouco da música. O pé bate e o queixo descai ao impressionar-se com o virtuosismo dos guitarristas. A alegria propaga-se e a banda, aparentemente vizinha bem próxima deste país, fala-lhe como a um irmão, a um primo.
Chamam-me a atenção ao grupo que ouve a música de fora do anfiteatro. Meio grupo dança em pé de mãos dadas ao restante grupo, sentado em cadeiras um pouco diferentes das nossas, das que se movem por eles, das que se tornam parte de alguém quando assim é obrigada. E dançam também, dançam de volta ao entusiasmo e liberdade que as mãos amigas lhes indicam. O bailarico prende-nos a atenção e os sorrisos, sente-se o peso dos dias a aliviar.

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