SEM #16
Com Portugal dentro de mim e o mar a faltar na minha pele, acordei ansiosa. Apesar da praia não ser o meu destino favorito, a ideia de provar algo esloveno com algum sabor luso, quando as saudades já reclamam atenção, alegrou-me e deu-me a vontade que geralmente me falta nestas idas à costa. De vestido, algo raro e reservado para momentos especiais como este prometia ser, com o protector que nunca esqueço, o chapéu, a toalha e o demais indispensável, lá partimos na caminhada em direcção ao Adriático. Relembrávamos o facto de estarmos de férias, termo geralmente sinónimo de praia, e a vontade de lá chegar crescia. Já me deliciava com a ideia da areia nos pés, o corpo deitado, o sol na pele amedrontada, as ondas lentas nos pés e o peso liberto na água, quando chegamos."É isto a praia." Onde? De queixos caídos, todos, portugueses e não só, procuram compreender aquela relva coberta de toalhas e gentes despidas, aquela pequena entrada de pedras pontiagudas para a água, aquelas bóias tão perto a delimitar o espaço para nadar, aquelas grades que separam a relva da rua atrás de nós e aquele porto de gruas gigantes poucos metros à direita a seguir à praia. Mas que praia?
Não há nada como o Atlântico. Saudades da areia.
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