SEM #21
Traz-se um vestido elegante para ocasiões destas. O convite do director da faculdade que nos recebe para o visitarmos e conhecermos a sua casa académica é encarado com respeito e honra. Aprumamo-nos nos fatos e nos vestidos, disfarça-se a loucura da viagem e veste-se o entusiasmo formal. Juntamo-nos aos estudantes locais e aguardamos instruções.
Surge-nos um jovem para nos receber, com um sorriso mais descontraído do que o esperado. Dá-nos as boas vindas e inicia uma revisão sobre a história da faculdade. Isto não vos interessa, remata, para matar o formalismo da sua posição como guia. Goza com algo que não entendemos bem, tal é a sua vontade de brincar com o que lhe foi incubido de nos contar, e segue rapidamente para a próxima paragem, já dentro do edifício. Entreolhamo-nos.
A visita guiada não melhora. Leva-nos para a sala errada, diz umas asneiras descontraídas no meio do discurso, sempre com o sorriso calão e desembaraça rapidamente os locais que lhe foram impostos de mostrar. Promete não nos demorar muito mais, mas não se despede sem perguntar se e onde fariamos festa hoje.
Demos por nós, pouco pouquíssimo tempo depois, cá fora. Entreolhamo-nos de novo. Terminou. Afinal não há recepção oficial pelo director, que, alguém nos informa agora, sofre de cancro e ninguém o vê há um ano.
Foi isto? Alguém tenta consolar-me, pelo menos houve oportunidade para te vermos com esse vestido bonito.
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