domingo, julho 31, 2005

Parabéns a mim! este blog já fez dois anos e eu nem dei conta disso. Fez dia 10, hoje vamos a 31... E, com este, serão 85 posts, de acordo com as contas do Blogger. Em dois anos.
Como vou celebrar esta data (em atraso)? Tenho de arranjar um bonito texto para pôr aqui. Vou pensar... Tem de ser algo em grande, já que vou ficar duas semanas sem escrever nada. Hei-de me lembrar de qualquer coisa...
Hurray! 2 anos! ...

quinta-feira, julho 28, 2005

Porque insistes em dizer que gostas do que escrevo? Seria tão mais fácil desistir...
Já faltou pouco. A ideia está cá, a emoção. Por vezes falta a mensagem, tenho só a energia. Sento-me, pego o que estiver à mão para escrever e... fico com a caneta no ar, a um centímetro do papel... E penso. Como vou começar? O que quero dizer? Como é a primeira palavra? Em que parte da linha vou pousar a caneta? E pronto... daí a pouco canso-me e percebo que não tenho nada para dizer, que não vou escrever nada merecedor e pouco a caneta. Desisto.
Mas, não, tu não me deixas. Fizeste-me prometer que não ia desistir. E, aqui estou eu, a desistir da ideia de desistir. Mas, olha bem para o que estou a escrever, achas mesmo que vale alguma coisa? Não vale, são apenas palavras arrumadas e aprumadas, a procurarem soar bem. Experimenta ler em voz alta, vais ver como soa tudo ridículo. É verdade. Sinto que fugiu de mim a capacidade para escrever algo realmente emocionante, isto se alguma vez o tive.
Os escritores devem ser pessoas muito frustradas. Não acredito que se sintam felizes com os livros que escrevem, é por isso que geralmente voltam a escrever. E eu novamente com a mania que sou escritora. Se me afastar desse pensamento talvez me sinta mais espontânea e volte a dizer o que quero...

bah

quarta-feira, julho 27, 2005

Nós somos tão pouco... Somos tão frágeis, tão inúteis, tão fracos. Não sei porque digo isto... Vejam os meus pulsos. Tão pequenos que quando não têm uma pequena pulseira se sentem desprotegidos, com medo. Ou serei eu?!
Se fechar os olhos, ou se estiver no escuro, e tentar tomar consciência de tudo o que sou, tudo o que é mesmo meu, não me sinto muito. Sinto a ponta dos meus pés gelados, os meus dedos finos, a ponta do meu nariz frio, os meus lábios pesados, o peso nas minhas pálpebras, a minha pele junto da roupa que não sou eu. E sinto especialmente o ar nos meus braços. E mais nada. E mesmo que me estique, nada mais será meu.
Nem um abraço... Nem um corpo junto ao meu, um toque. Nada.
Nem um sorriso, nem uma conversa, nem uma companhia, nem um riso, nem uma corrida, nem uma fotografia, nem uma flor, nem um cheiro, nem uma chuva, nem uma alegria, nem uma angústia, nem uma lágrima (que me foge), nem um olhar. Nada.
Nada mais serei eu. Sou tão pouco. Queria ser mais forte ou então ser muito, muito menos, ser dispensável. Ser uma poeira a voar por aí. Se pudesse, apenas ouvia, lia, via-vos. E escrevia... Nada mais.
Nada.

segunda-feira, julho 25, 2005

Não quero morrer:
1º - num acidente de carro
2º - numa tentativa de assalto ou violação
3º - antes de editar um livro (ficava sem nada, compreendam)
4º - após doença degenerativa prolongada
5º - devido a alguma catástrofe natural

Não me importo de morrer:
1º - durante o sono
2º - com um ataque cardíaco rápido
3º - por suicídio (mas tem de ser algo rápido e indolor)
4º - bala perdida e sem dar por ela
5º - se estiver louca e não souber distinguir realidade de ilusão, pode ser que nem saiba que morri

Pensei nisto no outro dia... Não é para levar muito a sério, obviamente.

domingo, julho 17, 2005

Dear friend,
Chegou ao fim. Não posso dizer que não, as coisas vão mudar, não temos dúvidas disso. Mas não me quero despedir, nem posso, seria incapaz de te deixar. Nos últimos tempos não tenho estado muito contigo e, das poucas vezes que estive, senti-te ausente, a afastares-te devagar de mim. Não sei se o fazes ou se o meu medo me está a criar ilusões, o que é certo é que não posso sair daqui sem te esclarecer umas coisas que não me vais pedir para te dizer.
Não vai ser fácil para mim. Tomei uma decisão muito importante, vou fazer muitos sacrifícios, mas acredito que seja para o meu bem. My dear, a única dúvida que tive foi em relação a ti. Mais do que tudo o resto, foste tu quem me fez hesitar. Olho para ti quando te dou a entender isto e vejo que não te convenço. E isso custa-me porque és realmente uma pessoa muito importante para mim, sabes disso, e tenho muito receio de te deixar.
Preciso que me compreendas e me perdoes. Que aceites a minha decisão e que não me deixes. Preciso de ti. Preciso de saber onde estás e de saber que ainda esperas por mim.
Bem... isto tudo porque estou com saudades tuas... Volta depressa.

sexta-feira, julho 08, 2005

Estou tão feliz hoje...

Vês? É isto que te dizia. Queria explicar como me sinto, ia começar a escrever quando me passa pela cabeça... "não, não escrevas isso porque eles vão ler e, obviamente, vão perceber que é sobre eles... E vão modificar tudo o que se passou, apenas porque leram a minha versão." É isto que me impede de dizer o quanto me sinto feliz hoje, o quanto acordei maravilhada. Teria de explicar tudo. E perceberias logo de onde tinha surgido a minha inspiração. Estou em paz. Mas teria de descrever aquele pormenor para que me entendessem. Talvez não te importasses que o contasse, provavelmente nem sequer te deste conta, estavas tão longe em ti, mas sinto que, ao leres, da próxima vez que o fizesses pararias para pensar e isso estraga o momento, o conforto, a felicidade. Ensinou-me isto Fernando Pessoa, já o sabia, mas ele recordou-me. Ao pensares no que sentes, deixas de o sentir, torna-o racional e a partir daí deixa de emocionar. Torna-se... ridículo (agora, Álvaro Campos). Tenho pensado demais, mas hoje não o vou fazer, vou sentir-me feliz, vou relembrá-lo, vou enamorar-me do momento e tentar provar um pouco dessa irracionalidade divina que transbordavam.
Fizeram-me acreditar de novo... E agora faz sentido.