segunda-feira, outubro 24, 2005

Chamaste-me morta. Já não é a primeira vez que me tratas por viva ou morta. Mas sempre desviaste o assunto, dizes e logo a seguir, sem me deixares reagir ou responder, "Pronto, não digo mais". E fico sem perceber porque me olhas dessa forma. Não me ofendes, sabes que percebo o que dizes nessas frases, mas gostava de perceber porque o repetes tanta vez, porque são os dois adjectivos que mais gostas de utilizar comigo.
E estou morta agora.
Compreendo-te. Tens razão. Morri por dentro, vê-se pelos meus olhos. Falas-me e não te oiço com o mesmo entusiasmo com que fazia. E és a única pessoa capaz de me entusiasmar. Fugiu-me. Sigo atrás de todas estes indivíduos que nos rodeiam, também eles seguindo-se uns aos outros, vamos todos dar ao mesmo sitio. Já não sei o meu percurso, sigo aquele que me traçaram. Morri e deixo-me levar, as águas carregam-me o corpo. Não estou feliz, não estou triste. Sou um sorriso falso, uma amizade fingida, não gosto de vocês, não vos conheço, não me conhecem, não sabem quem fui uma vez nem aquilo que sonhei ser, não quero que tentem animar-me, não quero que reparem no meu olhar sério, não quero a vossa amizade. Está suja. É falsa. Não quero prendas, não vou conseguir fingir o sorriso. Porque será que deixei de me conseguir esconder? Porque será que agora todos veêm quando estou em baixo, quando me perco nos meus pensamentos, porque não posso ter duas vidas, uma interior e outra exterior sem que me olhem daquela forma? Não quero que se preocupem, sinto-me idiota por estar assim, não quero que nas suas cabeças pensem o quanto idiota sou por estar assim. Por isso queria esconder. Mas eles conseguem ver. Não queria...
Porque são felizes? Não consigo caber na sua felicidade, não a vou perturbar, não quero... Mas preciso de alguém...

segunda-feira, outubro 17, 2005


Não consigo...

Não consigo mesmo...

Por muito que tente...

Não dá...

Não consigo, não consigo...



Não consigo deixar o blog...


Até breve.