SEM #28
Almoçávamos perto do centro e a ciganita veio estender-nos a mão com palavras incógnitas. Uma de nós imediatamente lhe oferece a sandes que tinha na mão e que se preparava para comer. A cigana não hesita em recolher a oferta, mas mantém-se perto. A doadora insiste, na nossa língua internacional, que já tinha que comer, que podia ir andando. A ciganita estende-nos a outra mão e recomeça o choradinho, indiferente à dádiva. Do nosso lado, há protesto, aponta-se para a sandes entre palavras que se repetem devagar para se tornarem mais claras e a ciganita acaba por perceber a lógica destas viajantes. Devolve a sandes e repete a lengalenga. Estupefactas, desistimos de ajudar.
As prioridades dos outros confundem-nos.
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