segunda-feira, setembro 24, 2007

Escrevê-lo.



Tenho saudades de uma bicicleta,
das torradas no café da baixa e
dos pombos na minha mão.
Tenho saudades do canto do liceu,
dos desenhos nos livros em aulas e
dos segredos nos nossos gestos timidos.
Falta-me a certeza doutros tempos,
o amor irreal que já me prometeram e
a inconsciência sobre a seriedade das coisas.
Mas, sim, sou feliz.




Um poema não se escreve às minhas
mãos. Sou timida com algum protagonismo
e o poema é demasiado vaidoso para
surgir imperfeito. Por isso, resta-me
escrever assim e desabafar sobre a
teimosia dos magníficos poemas
que tenho escondidos em mim.
Porque eles lá estão, que os sinto,
ainda sem palavras, é certo, mas estão lá.
Só que são teimosos e não vão surgir.
Lamento.




A dimensão e forma dos meus escritos são apenas
definidos pelo espaço e disposição possível no papel de serviço.
não decido nada sozinha