Demorámo-nos logo no exterior para contemplar cada detalhe deixado preciosamente imperfeito porque, como dizia Gaudí, a natureza não tem linhas retas. Entrei tão distraída com a riqueza do exterior que tive de levar a mão ao peito quando abri os olhos para o interior. A grandiosidade do espaço faz-nos encolher ainda mais e sentimo-nos um pequeno ponto. A catedral aponta-nos para o céu, onde um triângulo laranja simboliza Deus. Tudo é alto, tudo é imponente, tudo é preciso e precioso. Aqui sentimo-nos acolhidos, pertencemos a esta fantasia modernista.A um canto, a luz azul é tão intensa que parece palpável, no canto oposto é o vermelho que queima. O nascimento e a paixão de Cristo, dizem. E ali está, suspenso, na cruz, como nunca o vira antes, sobre o altar.
Esta é a Sagrada Família, ainda inacabada. Uma televisão mostra como deverá ficar a obra após a sua conclusão. Se hoje me espanto, o que sentirei em 2026?
Sem comentários:
Enviar um comentário