Combinámos encontrarmo-nos por lá. Contava chegar mais cedo e arranjar lugar, visto que me tinha avisado que deveria estar muita gente. Ainda duvidei, pois a maioria das pessoas que eu tinha convidado para me acompanharem não davam grande importância à figura. Houve até quem não soubesse que se tratava do ex-ministro grego e, assim sendo, não entendesse sequer o significado da sua conferência. No entanto, em Barcelona havia gente suficiente com ganas de o ouvir. De tal maneira que, assim que cheguei ao Born, fiquei impressionada com a fila que já se fazia. Seria mesmo para ouvi-lo? Após confirmá-lo com o segurança, fui em busca do fim da fila. Cruzei a primeira esquina do edifício, já depois de uma longa fachada preenchida com gente, e não lhe vi o fim. Cheguei à segunda esquina e nada de ver o fim da fila nas traseiras do edifício. Seria possível? Impressionada com a multidão, e depois de umas fotografias para documentar este fenómeno, percorro toda a distância da traseira do edifício, para encontrar mais uma esquina com gente e uma quarta parede repleta de interessados. Precisamente antes de cruzar a quarta esquina, encontro o fim da fila. Vou para o meu lugar e apercebo-me que, muito pouco tempo depois, já a quarta esquina tinha sido cruzada. É-me agora impossível saber onde vai terminar.
Aos poucos avançamos, sem grande fé de que toda esta gente caiba no edifício. Encontro-me nas traseiras do edifício quando surge um funcionário que nos confirma que, dali para trás, já ninguém entrará. Corro então para tirar as teimas... afinal onde terminava a fila? Volto à fachada do edifício. O circulo já fechara e, paralelamente ao comboio de pessoas prestes a entrar, a fila seguia até à primeira esquina, não chegando a cruzá-la novamente.
Incrível. Todas estas pessoas, de todas as idades e feitios, dispostas a esperar mais de um diâmetro de um Centro Cultural de Barcelona para ouvir Varoufakis. Uma voz contestatária, polémica, agitadora. Há muita gente que se agita. Há muita gente que contesta. Há muita gente que espera por uma voz que lidere. Será?
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