Vejo muita gente pela cidade com cartazes informando que estão desempregados, a viver na rua, que têm fome. Por vezes, alguém entra no metro e pede ajuda. Mas nunca vira alguém pedir assim.
Um jovem entrou na carruagem e coloca-se em posição de ataque no inicio do corredor. De base alargada, voz potente, inicia o seu discurso após o arranque do engenho. Sou um jovem de 24 anos, sem emprego, e por ali seguiu no discurso sem que eu lhe tenha conseguido entender tudo. Pedia ajuda, que precisava. E, para isso, dispunha-se a vender maços de lenços. Assim que termina de citar o texto que tinha preparado, pega nos maços e dirige-os para o seu público. Porém, fá-lo de forma brusca, com arrogância no rosto, com a rapidez de quem não tem fé na bondade alheia e que ofende o outro por não permitir sequer uma resposta (positiva ou negativa) por parte de quem aborda. Não?, não?, não? Vira-se para trás e prossegue, aponta rispidamente o maço para cada pessoa que o rodeia e num instante decide avançar para a carruagem seguinte. Pelo caminho dá uma bofetada num poste que por ali se encontrava. A zanga não deverá permitir a aproximação e empatia de muita gente.
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