Foram os sons que me acordaram no bairro da Gràcia. Ainda cedo, ouvia já o movimento das pessoas, das lojas que vão abrindo, das famílias que saem à rua, das crianças que brincam. Na Plaça Virreina, em frente à igreja de Sant Joan, um círculo de escuteiros brinca ao lencinho e a juventude preenche a esplanada do café. Seguindo para oeste, descubro o mercado da Libertat, que se encontra já animado, com um cheiro a mar que me lembra o meu país. Percorro as bancas de peixe fresco, marisco variado, carnes vermelhas. Queria uma cozinha melhor para, quiçá, me aventurar a experimentá-los cá. Sigo de novo para este, onde a Plaça del Sol é vigiada por ancianos, que ocupam os bancos disponíveis em redor da torre do relógio e onde apreciam o bom tempo e a companhia. Numa varanda no topo da praça, uma mulher arruma as suas plantas ensolaradas e aproveita, certamente, para petiscar deste sol quente de outubro. Para o aproveitar também, decido descer até ao mar.
É dia 10 de outubro e em Barcelona banha-se no Mediterrâneo. As praias estão cobertas de costas ao léu, toalhas estendidas, gente imensa. Entre os que se bronzeiam com o sol de outono circulam outros que anunciam pareos e mojitos. Nos degraus do passeio, senta-se quem não tem ou coragem ou indumentária para se aventurar na areia. Ao nosso lado, uma banda toca folk e agita-nos o corpo. O céu limpo, o calor, o tempo livre. Descanso.
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