Depois do passeio, o descanso. Porém, viver numa cidade estrangeira, não sendo uma residência permanente, dá-me a sensação de ser uma turista privilegiada, com tempo para ver tudo. E, portanto, um domingo em reclusão gera inquietação no meu corpo, que me diz que o meu tempo não está a ser bem aproveitado.
Saio, portanto. Depois de procurar algum programa nas imensas sugestões que encontro online, sigo para um mercado dito alternativo aqui por perto, no bairro da Gràcia. Lá o encontrei, depois de um desvio involuntário. O ambiente era, de facto, alternativo. Algures entre o nosso Príncipe Real e a Bica. Porém, também demasiado alternativo para a minha bolsa. Depois de visitar todas as banquinhas, apreceei a originalidade e compreendi que não seria ainda hoje que iniciaria as minhas compras de Natal. Fiz o melhor que pude para terminar o dia. Regressei a casa e fiz uma bela sopa. Porque, confirma-se, é definitivamente uma boa aposta - nutricional e anímica.Já entendi. Para me sentir mais em casa, faço uma sopa. Depois do desastre da semana passada, decidi voltar a tentar. Fui comprar os vegetais que conheço bem para tentar recuperar a minha pequena credibilidade como cozinheira. Descasquei, cortei, fervi, temperei, triturei. Depois da base feita, adicionei o feijão verde cortado à boa maneira portuguesa. Deixei ferver um pouco mais e dei-me por satisfeita.
Convidei, então, a minha colega de casa a provar comigo. Prometi que estaria muito melhor que a anterior (que, como único elogio, foi apelidada de "saudável"). Observou o resultado final e perguntou porque não triturara tudo. É assim mesmo, são as nossas sopas. Provou e aprovou. Soube-lhe tão bem quanto a mim. Perguntei-lhe, confessa lá, depois da sopa anterior não acreditavas que pudesse fazer outra tão boa... De facto, não. Pois, eu também não... Mas folgo em saber que sou capaz.
Aos poucos vou entendendo o prazer de cozinhar algo saboroso.
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