sábado, julho 12, 2003
Sou tão ingénua... Se calhar nem o sou, talvez só o queira ser. Pensar que não preciso de me preocupar porque não há-de ser nada de mal, más interpretações do real. "São só vincos, não é?!"... Todos aqueles histórias de problemas de jovens como eu que nos entram pelos filmes da grande pequena America, problemas psicológicos e sociais que resultam em actos desesperados, fazem a nossa pura ingenuidade dizer que são apenas filmes, que só naquele país é que poderão acontecer coisas daquelas e muito raramente acontecem, impossível aquele sofrimento todo sem qualquer suposta razão... Aqui, ao meu lado, no meu pequeno grande mundo, tudo é rosa (desbotado...), claro que todos temos problemas mas nada que não se resolva, a felicidade é facilmente alcansada. Será? Até que um dia a realidade bate-me à porta e cala a minha ingénua pessoa. "Tu sabes perfeitamente o que é". Pois sei. Mas por vezes, preferia nem ter que saber. Era tão bom aquele cantinho alegre que me presentiavam. Aqueles sorrisos premanentes. Seriam apenas mascaras? Ou será que tudo se abateu naquele momento em que me abriram os olhos, no momento em que me disseram que se cerrasse com tanta força os meus olhos, poderiam começar a arder. Agora abertos, também doem. Mas assim já consigo ver, talvez não muito nitido, mas já posso estar preparada para a realidade. A ingenuidade continua lá, de vez em quando lá fecho os olhos. Volto ao cor-de-rosa à procura de antídutos para o sofrimento, por vezes, não para o meu, algo do sonho, doce e puro, que ainda se poderá transpôr para a vida. E muitas vezes não encontro, invento. Como agora. Eu sei o que é, mas aquilo que eu dava para serem apenas vincos...
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