segunda-feira, julho 14, 2003

Por vezes costumo ir a palestras sobre Astronomia no Observatorio de Lisboa (para quem estiver interessado, todas as ultimas sextas-feiras de cada mes as 21:00). São sessões bastante interessantes, com investigadores desta area que nos falam sobre as novas descobertas e projectos futuros. É sempre bom saber mais, nao so sobre o que nos é proximo, mas tambem o que esta para alem do nosso mundo. Mas nao é daquilo que aprendo la que queria abordar. É sobre o que me assusta nessas alturas.

Somos tao insignificantes, tao pequenos e impotentes. A Terra é um planeta pequeni­ssimo, unico, é verdade, raro e precioso. Mas nao somos (quase) nada. O Universo é enorme, se nao, infinito. E a minha pequenez assusta-me. Cometas, asteroides, objectos do Espaço que frequentemente atingem e destroem outros planetas, estrelas que se juntam e que atraem outros planetas. E nós, aqui neste pequeno mundo, será que não nos acertam?! Já ouvi dizer que dentro de 30 anos um grande asteroide vai colidir com o nosso planeta e que poderá destruir um continente... Parecemos inalcansaveis, todos estes estudos parece que se aplicam apenas a espaço extra sistema solar. Já quase ninguém olha para cima, para o céu, para as estrelas... Já quase ninguém imagina o que haverá para lá da nossa atmosfera. E aí­ está outro ponto que me assusta.

As descobertas mostradas nas palestras baseam-se em leis físicas. Leis que se consideram que se mantenham em todo o Universo. Então... se o Universo é tudo, se essas leis se aplicam em todo o lado... não nos deixam espaço para muita imaginação... Todos nós (acho eu...) já imaginámos mundos extraterrestes, em que alguns dos nossos sonhos poderiam ser possí­veis. Lembro-me de uma série que dava na televisão ("The twilight zone" se não estou em erro...) em que haviam várias dimensões e em que regras e leis fí­sicas da Terra não existiam nesses planetas. E eu imaginava planetas sem gravidade em que pudessemos flutuar e voar livremente... Mas isso jamais seria possí­vel pois nas leis do Universo, todo o corpo com massa teria gravidade... Numa das palestras que presenciei falou-se de planetas fora do Sistema Solar. Já foram encontrados alguns mas nenhum com possí­bilidades de existencia de vida. São precisas demasiadas condições para nos depararmos com seres vivos fora do nosso planeta. Somos raros... Unicos, talvez.

Lá se vai o meu sonho de novos planetas, novas culturas, sem leis fí­sicas. Quando penso em todas estas matérias, novas questões aparecem em catapulta e eu não consigo transmitir tudo o que sinto para o monitor... Tanta coisa que ainda posso abordar neste tema. O tempo, por exemplo... A nossa vida não é nada... Um instante apenas. Não mudamos nada, passado o nosso tempo somos depressa esquecidos, não alteramos nada. Bem, podemos alterar o planeta, destrui-lo como muita gente o faz mas isso já é outro assunto que de certeza que abordarei mais vezes...

E já me estou a dispersar do tema. Mas o tema é o Universo, o infinito, o nada que nós somos, o nada que fazemos, o nada que podemos fazer, o nada que nos envolve. O tudo... confuso, não?! Sinto que escrevi muito mas que não consegui dizer nada. Mas aqui vai um esboço do que assusta.

Só³ mais uma referência. Todos os dias, todos os minutos, dezenas de pequenos meteoritos entram na nossa atmosfera e apenas alguns deles chegam à superfi­cie terrestre. Uma vez, um meteorito cai­u em cima de um carro de um senhor, na America (pois... só podia ser na America, já se vai ver porquê). O carro ficou desfeito e o seguro do carro não quis pagar o arranjo. Não estava no contracto, seguro contra quedas de meteoritos no carro... O dono do carro vendeu o meteorito (no fim de contas, caiu em cima do seu carro!), ganhou imenso dinheiro e comprou outros carros, ficou rico. É sempre bom saber destas histórias, sempre deu para nos rirmos um bocado no Observatório.

Aconselho a qualquer um a aparecer no Observatório, mesmo que não perceba muito do assunto. Ou então assista às palestras pela net, peço desculpa mas não sei o site do Observatório mas assim que souber, digo. Eu também não percebo muito da teoria e dos termos que são empregados nas palestras, mas tento perceber, aprender, aplicar conhecimentos adquiridos... Às vezes... Quando não me assusto muito...

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