Como uma criança espanhola, entusiasmo-me com a Cavalgata dels Reis Mags. Corro para o centro da cidade para não perder pitada. Apresso o passo para ver chegar os reis, mas chego a tempo apenas de ouvir a presidente da câmara, Ada Colau (um nome a não esquecer), recebê-los, discursar brilhantemente sobre o que significa, no fundo, este dia, e entregar-lhes, conforme a tradição, a chave mágica da cidade que abre a porta de todas as casas. O rei Melchior discursa em rima e lembra que não importa se és alto ou baixo, se tiveste melhores ou piores notas, interessa que deste o teu melhor. E que esta é uma data de encontro, entre as crianças e os seus irmãos, mais velhos ou mais novos, e com os seus pais (se deixarem o Whatsapp, avisou).
Corremos todos para o circuito por onde irá decorrer a cavalgada. Os meninos sentados na borda do passeio aguardam com paciência a hora da chegada dos reis. A noite cai e, por fim, começa o cortejo. Impressiona-me a dimensão do mesmo, o número de pessoas que por nós passam, dançando, representando, recolhendo as cartas das crianças, sorrindo, alegrando. Uma máquina recicladora de chupetas promove a entrega da mesma para que se transforme em balão. As cartas são recolhidas em mão e, por vezes, num saco iluminado que desce sobre a multidão de pessoas que assiste à parada. Um carro alegórico lembra que, para quem não se portou assim tão bem, só irão receber carbó. Os reis passam e acenam. E, no fim, o momento para que todas as crianças aguardam ansiosamente com um saco na mão. Caramelos para todos! Uma máquina de disparo de caramelos cria uma chuva de doces sobre todas estas famílias e as crianças atiram-se ao chão em busca de caramelos. Os sacos vão ficando mais cheios e o entusiasmo é contagiante.
Agora, por fim, está na hora de ir para casa, dormir, para que amanhã de manhã se abram os presentes que os reis distribuíram durante a noite. Bons sonhos!
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