Reflexões sobre o Natal e Ano Novo - ano 06
Este ano decidi acreditar que cada desejo de boas festas apregoado em cartazes nas ruas, em anúncios de televisão, em centros comerciais e por aí adiante se destinavam mesmo a mim. Quis parar para ler bem o que lá estava escrito e pensar, foi para mim que o escreveram, pensaram em mim quando decidiram desejar as boas festas. Sinto-me logo mais bem disposta.
E posso falar de prendas, outra vez. Acho que só este ano me apercebi exactamente do negócio. Isto porque no dia em que decidi dedicar-me a arranjar as prendas que gostaria de oferecer encontrei coisas muito engraçadas, mas apercebi-me que eram apenas engraçadas porque eu precisava de arranjar prendas e que não seriam minimamente úteis ou significantes fora da época. Há realmente coisas muito engraçadas nesta altura, aí está o negócio. Portanto, fiquei muito deprimida nessa altura e decidi revoltar-me. Não comprei prendas para quase ninguém. Tive outras ideias...
Chegaram as vésperas e deu-me uma vontade imensa de dizer a quem estimo o quanto gosto delas. Quis abraçar gente que nunca tinha abraçado antes (e porquê?). Eu sinto o espírito de Natal, o meu espírito, que pode ser bastante diferente dos outros. É para se dizer o quanto se gosta das pessoas e estar em família, não é?... Sim, disse a algumas das pessoas a quem queria dizer. Não abracei nenhuma delas.
E chega esta altura e começamos a rever mentalmente o ano que agora termina, já que não podemos analisar bem o que vem aí porque só vai começar agora. Este foi um bom ano. Bem melhor que o ano passado, que foi terrível para mim. Lutei por algumas coisas, consegui algumas, outras serão terminadas no próximo ano e poucas ficaram para trás. Estou satisfeita.
Tinha pensado em fazer aqui uma selecção dos melhores concertos deste ano. Fui a muitos, nunca tinha ido a tantos e tão importantes. A música é muito importante para mim, cada vez me apercebo mais disso. Um concerto hipnotizou-me completamente pela novidade, pela energia, pelo local, pelo contexto, por tudo, deixei de fazer sentido por uma hora e tal. Noutro concerto cumpri uma grande promessa feita a uma menina pequena há já dez anos. Saltámos e vivemos as duas juntas, não uma vez, mas várias, e agora a minha pequena amiga já vai descansar melhor e sentir-se mais feliz e real. Ela chorou, pobrezita, quando se sentiu real. Foi muito especial para nós. E, finalmente, no concerto da minha vida (acho que posso dizê-lo), revivi uma altura muito importante para mim, entreguei-me às memórias, às descobertas, às vivências intensas dessa época. Esse tempo é, talvez, o maior responsável por aquilo que sou hoje e a música recordou-me o quanto estou grata por isso. Estou tão grata. Vivi tanto aquele concerto, nunca me tinha acontecido. Calculo que saibam os músicos presentes em cada um destes concertos que referi...
E, finalmente, a escrita. Este ano foi tão importante para a afirmação da escrita como a minha arte (cada um tem a sua, digam o que disserem). Acredito que me descobri de novo na poesia (e tenho de agradecer a uma pessoa em especial que inconscientemente me "obrigou" a redescobri-la) e a prosa está pronta para ser testada em termos mais seguros e determinados. Termino o ano com vários projectos promissores em mãos e que me trarão novas revelações. Queria contar-vos tudo agora, mas não posso, é tanto e tão importante que prefiro guardar a surpresa para o momento oportuno. Espero que o próximo ano me traga muitos desses momentos.
Concluindo... dei muitos passos em frente este ano. Não posso parar agora. O ano é muito grande, há muito a fazer, há muito a evoluir e a conquistar. E estou a sentir cada palavra que aqui escrevo.
Páro agora para pensar em todos os que sei que passam por este blog. E, agora que já vos revi, desejo-vos (porque sei quem são) um ano 2007 tão formidável como se compromete hoje a sê-lo. Fiquem comigo, celebrem-no comigo quando chegar a altura. Carpe Diem.
Até muito breve,
Laura Brown
1 comentário:
O natal é para mim, o tempo em que dedico a pensar sobre o rumo que a minha vida seguiu, e nas pessoas que dela fazem parte. As prendas só vêm depois disso.Este ano também foi muito importante na minha vida, talvez por muito diferente de todos os anteriores, portanto, e se isto não soar a uma tremenda arrogancia da minha parte, penso que sei bem aquilo que sentes.
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