segunda-feira, julho 25, 2005

Não quero morrer:
1º - num acidente de carro
2º - numa tentativa de assalto ou violação
3º - antes de editar um livro (ficava sem nada, compreendam)
4º - após doença degenerativa prolongada
5º - devido a alguma catástrofe natural

Não me importo de morrer:
1º - durante o sono
2º - com um ataque cardíaco rápido
3º - por suicídio (mas tem de ser algo rápido e indolor)
4º - bala perdida e sem dar por ela
5º - se estiver louca e não souber distinguir realidade de ilusão, pode ser que nem saiba que morri

Pensei nisto no outro dia... Não é para levar muito a sério, obviamente.

2 comentários:

lyra belacqua disse...

A morte por acidente de carro também me assusta, e é das maneiras de morrer mais estúpidas que existe. Por mais saudáveis que estejamos, basta um descuido e tudo acaba. Quando tive o acidente fiquei com uma percepção completamente destrutiva das coisas. Ainda para mais porque, como os meus ferimentos não foram graves, fiquei na sala de espera das Urgências com parentes de pessoas que estavam muito pior (o acidente tinha sido em cadeia por causa de uma poça de óleo na estrada, foram cinco seguidos). Estava ao lado de uma mãe que esperava com ansiedade a resposta do médico. O médico chegou, disse-lhe que o marido e o filho de 15 anos não tinham sobrevivido ao acidente. Não me vou por com pormenores. A reacção dela foi das coisas que mais me marcou até hoje. Não quero passar por nada daquilo outra vez. Por isso é que tenho paranóia com velocidades e cuidado a guiar... é que pura e simplesmente não quero.

Não sei como gostava de morrer. Sei que não quero morrer deixando coisas incompletas para trás. Quero morrer com a consciência tranquila, saber que fiz tudo o que podia para ser feliz (agora é a parte em que me rio) e que todos os que me rodeiam estão bem. Mortes repentinas, mesmo sendo indolores, assustam-me. Muitas dessas pessoas têm vidas inacabadas.

E vou-me calar*

Laura Brown disse...

Também não quero morrer e deixar coisas por acabar. Mas acho que concordo com a Faíza Hayat quando diz que a vida é como um jogo de tabuleiro: é tão mau jogar para sempre como deixar o jogo a meio, e quando se deixa, é sempre a meio. Veremos o que acontecerá.

Eu não quero assustar ninguém, foi mesmo só uma coisa de que me lembrei há uns dias. Só falei no suicídio porque a morte torna-se algo que se quer, deseja-se a morte, torna-se um pouco mais tolerável. Geralmente tem sofrimento, sim, não me esqueci disso. Claro que não estou a pensar nisso agora! Claro que ainda teremos muitas conversas. E não vamos pensar mais neste assunto por agora.