Pois é... Basta perder o autocarro, basta um tropelão, um vento que roube o papel que seguravamos, basta um sorriso malicioso, uma piada infeliz, um exercício complicado, uma areia no olho... Basta um "apenas" para queremos acreditar que foi "tudo". Basta um insignificante momento de atraso ou aborrecimento para nos levar a querer fugir de tudo,a escondermo-nos num buraco, numa toca secreta em que mais ninguém se atreva a ir. Escondidos e abraçados a nós mesmos, sem saber que o tempo passa, sem sequer o tempo se preocupar mais em nos visitar. Chorando, num gemido babado, todos aqueles momentos que não importam a ninguém e que nos queimam por isso mesmo, por não importar a mais ninguém. E lá estaremos, escondidos, rasgando a nossa pele com esses promenores, com tudo o que nos envergonha sem termos razão para tal. E nunca mais queremos de lá sair. Nunca mais abriremos os olhos. Eles continuarão a chorar, as lágrimas de suor, dos arrepios que nos incomodaram todo este tempo. Afastados de todos. Sozinhos. E, ao mesmo tempo, com a pior companhia que poderiamos alguma vez ter: nós próprios.
O silêncio é demasiado perturbador para não ser partilhado...
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