terça-feira, março 02, 2004

O Tempo é uma coisa engraçada. E assustadora para quem pensa nele. Hoje vou propor uma brincadeira. Que nem tem muita piada mas enfim... Vamos pensar nos nossos amigos, mas não ao nosso lado. Vamos imaginá-los em casa, com os pais, a jantar. Focalizem uma pessoa (eu não... assim não vale!) e imaginem.
O Fulano está sentado à mesa (se conhecerem a casa dessa pessoa, melhor). Tem os pais ao pé, e o irmão à frente. Imagina também o que estão a comer. E agora, o Fulano falou. O que ele disse? Imagina uma conversa entre ele e os pais. O que achas que ele diria? Qual seria a reacção dos pais? Espera! Como achas que o Fulano e os pais se dão, a sua relação? Se calhar não consigo transmitir o valor desta imagem. Tu conheces uma pessoa quando está contigo. Sabes as suas reacções a ti e ao teu grupo. Achas que essa pessoa é igual quando está em casa? A sua relação com os pais será igual à que tem contigo? As reacções, as respostas, serão dadas com o mesmo tom, o mesmo significado, a mesma intensão? Provavelmente não. E eu suponho que seja importante este tipo de "imaginação" para tentar saber.
Continuando o nosso jantar com Fulano... Imaginemos agora uma discussão. Primeiro que tudo, temos de arranjar um motivo. Ou será que Fulano discute sem motivos?... Quais seriam as reacções, as respostas, o volume da voz de Fulano? E já agora, dos pais e do irmão? Pronto, já chega de discussão (como será que se acalmaram?), vamos para outro ponto da casa. O Fulano está a ver televisão com o irmão, talvez, vamos supor. Qual será a posição do corpo? Que canal estará a ver? Será que vai brigar com o irmão pelo comando? Ou pelo jogo? Ou mesmo pelo lugar?!
(Para os mais criativos, podem imaginar o fulano na casa de banho... a fazer o que todos temos de fazer e que não deveria ser embaraçoso mas é...)
E agora, finalmente, vamos imaginar a parte mais importante. Vamos imaginar Fulano sozinho. Porque é que é importante? É importantissimo! É quando uma pessoa é realmente ela própria. Pensem em vocês e digam-me, pronto não a mim, mas a vocês, são totalmente iguais quando estão sozinhos e quando estão acompanhados? Nunca fizeram nada sozinhos que teriam muita vergonha se alguém vos visse? Não digo que estejam arrependidos, até porque há certas coisas que naturalmente devemos fazer com privacidade. Mas... serão a mesma pessoa? Imaginem agora,os vossos amigos, os vossos conhecidos, em casa, sozinhos. Pensas que sabes exactamente o que Fulano faz quando está sozinho no quarto? E imaginas o que ele pensa antes de adormecer?...

Apesar de tudo o que eu disse, o melhor é não imaginarmos ninguém. É invadir a sua privacidade, mesmo que seja só imaginação...

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