Ao final da manhã, fomos passear-nos ao jardim. Estava um sol quente e um ar leve. A cadela estava feliz, correndo livremente pela longa extensão de relva com outros cães que encontrou por lá. As folhas já caem e o outono já se torna mais visível no castanho e amarelo que se vai acumulando junto das árvores. De algumas, altas, conseguem-se ver os voos vagarosos das folhas. Uma chuva lenta que tranquiliza.
A cadela ia já longe e eu, calmamente, seguia atrás dela. À minha esquerda, sobressaía uma árvore e o seu tapete verde coberto de folhas amarelas. Parei para admirar. Lembrei-me do dia em que, na minha adolescência, resolvemos combinar uma ida ao jardim para juntarmos um monte de folhas secas e saltarmos lá para cima. Os dias eram duros e aquela brincadeira soube-nos a libertação. Preciso destas brincadeiras. Preciso de libertações.
E preciso de regressar ao Torel.
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