quarta-feira, maio 16, 2007

AT
És o meu grilo falante. És quem me ouve quando não tenho coragem para dizê-lo a quem merece. E eu digo-o, primeiro a medo, até que sinto que estás aí e que queres saber mais, que me podes ouvir até ao fim, até àquilo que ignorava sequer ter em mim. E quando me calo, de novo receosa por falar demais, és quem me franze o sobrolho e me intimida a terminar, a sair deste segredo solitário. És quem me mostra a razão que possuo e que erradamente duvidava. És o punho fechado no meu silêncio imposto. És o murmúrio que me persegue enquanto não for livre. És a palavra de ordem, és o refúgio, és o peso da consciência, és o olhar fixo em mim. És o meu grilo falante.

1 comentário:

Anónimo disse...

=) grilo falante..
Mais uma vez um texto com expressoes que ficam, de algum modo, a tilintar: "punho fechado no meu silêncio imposto", "palavra de ordem". Gosto das reflexões que impoes aos leitores... mesmo que nao tenhas o intuito de tal. *