domingo, outubro 19, 2003

Dogville - Part I

Não posso deixar de comentar o filme que tive a oportunidade de ver no cinema no passado dia 17: Dogville. Farei uma pequena introdução ao filme e depois farei a minha própria interpretação e comentário ao filme e às suas ideias.
Dogville é o novo filme de Lars Von Trier, o realizador de "Dancer in the Dark", filme bastante conhecido pela interpretação de Bjork. Neste novo filme, é Nicole Kidman, nomeada para o Oscar de Melhor Actriz (em "Moulin Rouge"), que interpreta a personagem mais apelativa do filme, Grace. Estas informações bastaram-me para desejar ver o filme, quer pelo realizador, quer pela actriz. Mas há muito mais neste filme que simples nomes de prestígio...
Não existem cenários. O filme é realizado num pavilhão de 200 m² onde as ruas e as divisões das casas de Dogville estão desenhadas no chão. A noite e o dia são diferenciados pelo fundo branco ou preto do pavilhão. Lars Von Trier diz que decidiu não haver cenários para o espectador se concentrar nas personagens, nas pessoas em vez de se perder e de se desconcentrar com promenores das casas ou do restante cenário possível. Inspirou-se nas peças de teatro que costumavam dar na televisão, ainda antes do cinema, no inicio da época televisiva, ainda a preto e branco. Porém, não quis filmar a preto e branco porque afirma de afasta o filme do espectador. Sem usar tripé, sendo o próprio Lars Von Trier o operador de câmara, as imagens não estão fixas, não há quase efeitos especiais (para quê colocar efeitos especiais, se já qualquer criança pode por dragões nos seus filmes feitos em casa com apenas um computador, retorque Tier). Toda esta simplicidade leva-nos ainda mais para dentro do filme e daquela aldeia de Dogville. Mas afinal, o que é Dogville?
Na época da Depressão, uma aldeia, Dogville, perto das Montanhas Rochosas nos EUA, vive pacatamente a sua vida com gente simples, humilde e bondosa. Tom Edison, filho do médico da aldeia, é um escritor e filósofo. Gosta de realizar assembleias com os 15 habitantes daquela aldeia, para os cultivar e interessar pelo seu país e os valores humanos. Na vespera de mais uma assembleia, procura uma "prenda", algo para o ajudar no que tem para dizer. É então que ouve disparos e Grace surge na aldeia, fugindo dos disparos. Tom dispõe-se a ajudá-la e, na Assembleia em que discute a bondade dos seres humanos, propõe à sua aldeia que demonstrem os seus valores ajudando Grace. Os aldeões aceitam dar uma oportunidade a Grace de ficar refugiada na sua aldeia e, durante duas semanas, Grace procura ajudar cada aldeão para mostrar o seu agradecimento à boa-vontade da aldeia. Grace integra-se na aldeia, e durante uns tempos é feliz junto dos seus novos vizinhos. Mas há medida que a polícia começa a aumentar as buscas de Grace, a bondade dos aldeões vai mudando...

Tenho muito para falar sobre este filme e sobre o que ele me transmitiu. Muito mesmo. Por isso, vou acabar por aqui, desta vez, e continuar mais tarde. Até breve!

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