sábado, outubro 21, 2006

[Este próximo texto talvez não desse vir para cá porque parece-me que se vai juntar a um projecto que tenho em mãos que anda a avançar lentamente, mas de uma forma muito interessante. Porém, gostei de o escrever e como se afasta ligeiramente do restante projecto, aqui fica, também para aguçar o interesse - eia, até já penso em marketing! -. Cá fica então.]

Seguias de olhos baixos pelo caminho habitual quando viste alguém ao longe a instantes de te cruzar. Levantaste o queixo, pois querias ser amável, fixaste a nuca caída de quem surgia e os lábios tremiam-te de antecipação. Ela levantaria o olhar mal pressentisse a tua sombra. Lá estava!, sentiu-te, ergueu-se e, por fim, ligaram-se os olhos num relâmpago. Mas, mal deste início ao árduo desenho do ténue sorriso que planeavas, os olhos de quem te lançou em tamanho trabalho cairam pesadamente no chão adiante. Apagaste depressa o pequeno rascunho de simpatia, quebraste a segurança da tua postura e, humilhada por não te saberes comportar cá fora, prossegues, para sempre invisível, pelo caminho habitual.

Talvez um dia nos cruzemos...

3 comentários:

Navalha disse...

encontrámos-te. com tempo e vagar, acho que vamos gostar de descobrir-te...

Anónimo disse...

e sempre bom ler frases bonitas com essas que escreveste...

Atlas disse...

é assim que se faz propaganda de um projecto tão desejado: com um texto fiel as tuas caracteristicas e mantendo aquela simplicidade, aquela busca do pormenor e do todo... lindo!