Vou encerrar o blog.
Cheguei hoje à conclusão que vou deixar de ter vida própria, fora de fertagus, FML, livros, apontamentos, anatomia, prácticas, exames, professores, almoço , estudo estudo estudo... acabou. PUFF tudo aquilo que nunca chegou a existir. Ah sim, a esperança existiu (e com tanta força).
Não vejo tempo para escrever. E para quê? certo? não me ajuda a decorar os ossos do crânio. Se já durante este ano lectivo (passado...) tive dificuldades para vir cá deixar umas palavras poucas, este ano parece-me impossível. Acabou.
(já oiço atrás de mim... "O que estás a fazer? Isso não é estudo, pois não?!")
Espero que percebam todas as ironias que escrevi aqui.
Desculpem-me, estou deprimida.
Um brinde à esperança, à liberdade, à 1ª escolha, a oito centésimas, a Coimbra e a tudo aquilo a que eu nunca terei direito. Txim txim!
Até sempre, não me esquecerei de quem me leu, de quem comentou, de quem não precisou de comentar. E de quem me inspirou.
Deixem as vossas condolências. Ou não. Pode ser que ressuscite. Ou não.
terça-feira, setembro 20, 2005
domingo, setembro 18, 2005
Finalmente saíste. TEnho ainda a mão pousada na porta que te fechei e o olhar na fechadura que me isola. Devagar, trago a saia até ao sofá onde me aninho. Descalso-me, respiro fundo, fecho os olhos, escondo-os atrás do pulso. Não era assim, mas já não posso deixar de o ser. Não tenho pena de ti, não sinto nada. Ainda vejo os teus olhos tristes e pequeninos fitando os meus, procurando algo mais do que te dei. Quando chega a altura, todos parecem trazer sinceridade no olhar. Seria?
Deixei de acreditar. Oiço os teus passos lentos na rua, o arrastar dos teus pés na água que chovia. Afastas-te como devido. Não acredito em ti, não acredito nos teus olhos. Tudo o que me disseste não significa nada para mim por muito importante que seja para ti. Como poderias...? É tão humilhante ver-te assim, cuidadoso nas palavras, ansioso no coração, imprudente na escolha.
Querias mesmo a minha companhia? Isso sei que sim, apenas a razão não me convence. Que olhos tão penosos, que palavras tão melosas. Que enjoo, que mentira. Costumava ceder com pouca força, um sorriso indiscreto bastava para me derrubar. Todos merecemos ser felizes, pensava, até eu. E seguia, confiante, cega, domada. Mas a magia nunca chegou. Nunca quis proteger ninguém, nunca quis parar para ver alguém adormecer, nunca me senti reflectida, sempre estive só, com medo de falhar, de não ser o esperado, de não servir. Deixei então de acreditar. Eram apenas forças que depressa se esgotam, desejos que se concretizam.
Como podias então querer que acreditasse em ti quando dizes que cedeste por mim? Que não é brincadeira, que nunca sentiste nada assim, tens a certeza, só me queres a mim, não consegues pensar em mais nada? Não. Esquece-me depressa antes que a oportunidade de seres cegamente feliz com outra te passe ao lado. Não, eu não sirvo para ti. Não, nem te vou dizer que te quero como amigo como aparentemente se faz nestas ocasiões - como um penso rápido sobre um membro decepado - , se te arder mais agora pode ser que o engano te passe mais depressa. Ficas mudo, perdido, e eu, amigavelmente, digo-te num sorriso que se faz tarde, preciso de descansar e é melhor aproveitares agora que parou de chover. Recuas, sais em silêncio. e agora oiço-te afastares pela rua.
Enfim, só. Ele não compreenderia, ainda não percebeu que... isso não existe. Eu tinha tanto para dar mas perdi-o todo. Não me consigo imaginar a dar novamente. Não agora, não com ele, não com ninguém e tempo algum. Ninguém poderia estar comigo, apenas comigo. Sou insuficiente, diriam. Ele diria. Daqui a dias exigir-me-ia gestos doces, palavras mimosas, carícias pesadas. Seria tudo forçado. E olhar-me-ia julgando-me fria, morta por dentro, não me amas, nunca me amaste. E eu, assustada, seria incapaz de lhe explicar. E ele fugiria de mim, curado finalmente, sem nunca saber que o amava realmente...
Já não oiço passos. Mais ninguém em casa. Não o amo, claro. Nem acredito nisso. Mas se tivesse cedido teria acreditado novamente que tinha descoberto o verdadeiro significado de amor e teria martirizado muito mais a minha pobre alma. Assim permaneço sossegada, sem dores, sem martírios. Eles têm maior capacidade para lidar com este tipo de respostas, mais cedo ou mais tarde aqueles olhos penosos estão depostos noutra pessoa. Tenho a certeza...
Já começou. O aperto no peito sempre veio. Deixo-o ir, é como as marés, pode aumentar muito, tira-me o fôlego, dificulta-me a respiração, mas acaba por abrandar e fica tudo como dantes. Calculei que viesse. Ainda não percebeu que isto é o melhor para mim.
Antes de vir para cá revi tudo na minha cabeça. Vi tudo isto acontecer e fiz tudo o que tinha combinado. Não julguei que fosse capaz, mas fui. Tenho orgulho em mim, venci-me, venci este estúpido aperto que me sufoca agora que tudo já passou. Não haveriam mais ilusões nunca mais. Especialmente agora quando a cabeça não distingue a alma do corpo (há distinção?!...). Ninguém me quer, não podem querer. Quem realmente me conhece não me pode querer. Ele não me conhece. Não o mereço, não me merece.
(Não sou capaz...)
Foi tudo tão bem ensaiado na minha cabeça. Correu tudo como planeado. Só há um pequeno pormenor. É que... tudo isto precisa de um propósito, um objectivo. Qual seria? Paz, sossego, solidão. Isolamento. Todos merecemos ser felizes (até eu). Tudo para nada. Querias mesmo? Só neste breve instante penso como seria se fosse ao contrário, se tivesse cedido uma vez mais. Só preciso de uma carícia de vez em quando. Mas não, páro. Não vou por aqui. Fiz bem. Solidão. Dormência. Ninguém sabe ou saberá. Deixo-me ficar, já de cara lavada, a descansar desta batalha interior. Tudo para nada...
Deixei de acreditar. Oiço os teus passos lentos na rua, o arrastar dos teus pés na água que chovia. Afastas-te como devido. Não acredito em ti, não acredito nos teus olhos. Tudo o que me disseste não significa nada para mim por muito importante que seja para ti. Como poderias...? É tão humilhante ver-te assim, cuidadoso nas palavras, ansioso no coração, imprudente na escolha.
Querias mesmo a minha companhia? Isso sei que sim, apenas a razão não me convence. Que olhos tão penosos, que palavras tão melosas. Que enjoo, que mentira. Costumava ceder com pouca força, um sorriso indiscreto bastava para me derrubar. Todos merecemos ser felizes, pensava, até eu. E seguia, confiante, cega, domada. Mas a magia nunca chegou. Nunca quis proteger ninguém, nunca quis parar para ver alguém adormecer, nunca me senti reflectida, sempre estive só, com medo de falhar, de não ser o esperado, de não servir. Deixei então de acreditar. Eram apenas forças que depressa se esgotam, desejos que se concretizam.
Como podias então querer que acreditasse em ti quando dizes que cedeste por mim? Que não é brincadeira, que nunca sentiste nada assim, tens a certeza, só me queres a mim, não consegues pensar em mais nada? Não. Esquece-me depressa antes que a oportunidade de seres cegamente feliz com outra te passe ao lado. Não, eu não sirvo para ti. Não, nem te vou dizer que te quero como amigo como aparentemente se faz nestas ocasiões - como um penso rápido sobre um membro decepado - , se te arder mais agora pode ser que o engano te passe mais depressa. Ficas mudo, perdido, e eu, amigavelmente, digo-te num sorriso que se faz tarde, preciso de descansar e é melhor aproveitares agora que parou de chover. Recuas, sais em silêncio. e agora oiço-te afastares pela rua.
Enfim, só. Ele não compreenderia, ainda não percebeu que... isso não existe. Eu tinha tanto para dar mas perdi-o todo. Não me consigo imaginar a dar novamente. Não agora, não com ele, não com ninguém e tempo algum. Ninguém poderia estar comigo, apenas comigo. Sou insuficiente, diriam. Ele diria. Daqui a dias exigir-me-ia gestos doces, palavras mimosas, carícias pesadas. Seria tudo forçado. E olhar-me-ia julgando-me fria, morta por dentro, não me amas, nunca me amaste. E eu, assustada, seria incapaz de lhe explicar. E ele fugiria de mim, curado finalmente, sem nunca saber que o amava realmente...
Já não oiço passos. Mais ninguém em casa. Não o amo, claro. Nem acredito nisso. Mas se tivesse cedido teria acreditado novamente que tinha descoberto o verdadeiro significado de amor e teria martirizado muito mais a minha pobre alma. Assim permaneço sossegada, sem dores, sem martírios. Eles têm maior capacidade para lidar com este tipo de respostas, mais cedo ou mais tarde aqueles olhos penosos estão depostos noutra pessoa. Tenho a certeza...
Já começou. O aperto no peito sempre veio. Deixo-o ir, é como as marés, pode aumentar muito, tira-me o fôlego, dificulta-me a respiração, mas acaba por abrandar e fica tudo como dantes. Calculei que viesse. Ainda não percebeu que isto é o melhor para mim.
Antes de vir para cá revi tudo na minha cabeça. Vi tudo isto acontecer e fiz tudo o que tinha combinado. Não julguei que fosse capaz, mas fui. Tenho orgulho em mim, venci-me, venci este estúpido aperto que me sufoca agora que tudo já passou. Não haveriam mais ilusões nunca mais. Especialmente agora quando a cabeça não distingue a alma do corpo (há distinção?!...). Ninguém me quer, não podem querer. Quem realmente me conhece não me pode querer. Ele não me conhece. Não o mereço, não me merece.
(Não sou capaz...)
Foi tudo tão bem ensaiado na minha cabeça. Correu tudo como planeado. Só há um pequeno pormenor. É que... tudo isto precisa de um propósito, um objectivo. Qual seria? Paz, sossego, solidão. Isolamento. Todos merecemos ser felizes (até eu). Tudo para nada. Querias mesmo? Só neste breve instante penso como seria se fosse ao contrário, se tivesse cedido uma vez mais. Só preciso de uma carícia de vez em quando. Mas não, páro. Não vou por aqui. Fiz bem. Solidão. Dormência. Ninguém sabe ou saberá. Deixo-me ficar, já de cara lavada, a descansar desta batalha interior. Tudo para nada...
terça-feira, setembro 13, 2005
<levanto-me e vou até à fogueira, falo para todos mas espero que alguns me oiçam com mais atenção>
Estou aqui graças meu irmão. Tanta vez o ouvi contar todos os pormenores hilariantes e alegres dos dias que aqui passava. Mas, apesar disso, nunca cá quis voltar, tinha demasiadas más recordações para querer tentar de novo. Até que me apercebi que seria a minha última oportunidade de vir e de matar todos os fantasmas que me perseguiam desde as únicas vezes que cá estive, quando era demasiado pequenina para saber esquecer. E, num acto de coragem (por muito exagerado que pareça, foi mesmo coragem), decidi vir.
Nas semanas que precederam o início destes dias estive muito nervosa, só pensava "o que raio vou eu lá fazer?!". Ao contrário de vós, tinha apenas más, péssimas expectativas para estes dias. Para quem se lembra de mim nos primeiros tempos, são capazes de me recordar mais calada, muito assustada, receosa. Adormecia nervosa, com medo do dia seguinte.
Tudo isto para dizer que sinto-me muito feliz por ter tido essa coragem de cá voltar. Ainda há pouco, ali sentada, pensava que não vou levar nenhuma má recordação para casa. Mal cá cheguei fui muito bem recebida por todos, não julguei que viesse encontrar um ambiente tão bom entre as pessoas. Conheci muita gente nova, gente tão diferente de mim que nunca pensei vir a conhecer, gente que me mostrou novas formas de encarar as coisas. Gente que me ensinou a ser aquilo que eu sempre quis, mas nunca tivera a força suficiente para ser. Aqui tenho a possibilidade de ser quem quiser, ninguém espera nada de mim, ninguém sabe o que fui lá fora, ninguém me conhece, nem mesmo eu. Esperam apenas a minha entrega neste espírito que me fascina.
Queria agradecer àqueles que estiveram mais junto de mim nestes dias. Foram eles que me mostraram que posso ser quem eu quiser, sem medos ou preconceitos. Cresci imenso aqui, surpreendi-me comigo própria, com o que consegui alcançar nestes poucos dias. Fez-me tão bem conhecer estas gentes, descobrir novas caras, novas formas de estar, novos sorrisos, novas brincadeiras, novas emoções. Só tenho de agradecer a todos por tudo o que me deram sem sequer terem a noção disso. Garanto-vos que saio daqui uma pessoa diferente, feliz por ter superado todos os fantasmas que me perseguiam, por ter criado novos laços de amizade e por ter alcançado um novo patamar na minha vida (o patamar).
Não me sinto no direito de fazer um grande discurso, ainda não me sinto parte desta grande família que se reúne uma vez por ano aqui, por mais que queira e por muito que me tenham recebido nesse espírito. Este ano vim como se tratasse de uma visita, não me vai custar tanto não voltar cá como vos custa a vocês que cá estão desde os quatro, cinco anos. Mas admiro-vos e sinto a vossa tristeza. E, finalmente, compreendo-a. Nunca me perguntei se gostaria de cá voltar se pudesse. Mas, agora, depois de aqui estar estes dias e de pensar bem, digo-vos, sim, se pudesse, voltava.
Até sempre...
<vou-me sentar>
Estou aqui graças meu irmão. Tanta vez o ouvi contar todos os pormenores hilariantes e alegres dos dias que aqui passava. Mas, apesar disso, nunca cá quis voltar, tinha demasiadas más recordações para querer tentar de novo. Até que me apercebi que seria a minha última oportunidade de vir e de matar todos os fantasmas que me perseguiam desde as únicas vezes que cá estive, quando era demasiado pequenina para saber esquecer. E, num acto de coragem (por muito exagerado que pareça, foi mesmo coragem), decidi vir.
Nas semanas que precederam o início destes dias estive muito nervosa, só pensava "o que raio vou eu lá fazer?!". Ao contrário de vós, tinha apenas más, péssimas expectativas para estes dias. Para quem se lembra de mim nos primeiros tempos, são capazes de me recordar mais calada, muito assustada, receosa. Adormecia nervosa, com medo do dia seguinte.
Tudo isto para dizer que sinto-me muito feliz por ter tido essa coragem de cá voltar. Ainda há pouco, ali sentada, pensava que não vou levar nenhuma má recordação para casa. Mal cá cheguei fui muito bem recebida por todos, não julguei que viesse encontrar um ambiente tão bom entre as pessoas. Conheci muita gente nova, gente tão diferente de mim que nunca pensei vir a conhecer, gente que me mostrou novas formas de encarar as coisas. Gente que me ensinou a ser aquilo que eu sempre quis, mas nunca tivera a força suficiente para ser. Aqui tenho a possibilidade de ser quem quiser, ninguém espera nada de mim, ninguém sabe o que fui lá fora, ninguém me conhece, nem mesmo eu. Esperam apenas a minha entrega neste espírito que me fascina.
Queria agradecer àqueles que estiveram mais junto de mim nestes dias. Foram eles que me mostraram que posso ser quem eu quiser, sem medos ou preconceitos. Cresci imenso aqui, surpreendi-me comigo própria, com o que consegui alcançar nestes poucos dias. Fez-me tão bem conhecer estas gentes, descobrir novas caras, novas formas de estar, novos sorrisos, novas brincadeiras, novas emoções. Só tenho de agradecer a todos por tudo o que me deram sem sequer terem a noção disso. Garanto-vos que saio daqui uma pessoa diferente, feliz por ter superado todos os fantasmas que me perseguiam, por ter criado novos laços de amizade e por ter alcançado um novo patamar na minha vida (o patamar).
Não me sinto no direito de fazer um grande discurso, ainda não me sinto parte desta grande família que se reúne uma vez por ano aqui, por mais que queira e por muito que me tenham recebido nesse espírito. Este ano vim como se tratasse de uma visita, não me vai custar tanto não voltar cá como vos custa a vocês que cá estão desde os quatro, cinco anos. Mas admiro-vos e sinto a vossa tristeza. E, finalmente, compreendo-a. Nunca me perguntei se gostaria de cá voltar se pudesse. Mas, agora, depois de aqui estar estes dias e de pensar bem, digo-vos, sim, se pudesse, voltava.
Até sempre...
<vou-me sentar>
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