Eu vou buscar-te. Não, deixa estar, eu quero. Tenho estado ausente, tenho consciência disso, mas quero que saibas que, apesar disso, continuo aqui e continuas permanentemente em mim. Estive longe mas levei-te comigo, desculpa-me se não te deixei um pedaço meu. E agora que voltei, vejo-te de olhos caídos, de esperança adormecida, de forças adiadas. E sinto-me em parte culpada por isso, não interessa o que digas. Se não me tivesse ausentado por coisas tão desinteressantes e cansativas decerto não te tinha deixado descer tanto, teria dado o braço muito mais cedo. Por isso, hoje, vou buscar-te e vou levar-te para longe do teu quarto. Vamos sair, apanhar ar, ouvir a água da noite e a aurora da manhã. Vais esquecer a minha ausência e a tua ilusão, pode ser? Então vamos antes que se faça tarde e te arrependas de sair comigo.
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