segunda-feira, maio 30, 2005
Porque é que nunca estás aqui? Tenho saudades tuas. Sei que estás aí, que continuas com o teu sorriso suspeito de sempre, mas não me vês, não me falas, não me procuras. Eu percebo, a época é complicada, precisamos de paz e concentração. Por isso não me vou lamentar muito a situação. Mas só queria ter a certeza que esperas por mim, que, quando tudo isto passar, vais continuar aí, vais continuar a querer estar comigo, a partilhar aqueles pedaços de sonho que por vezes descobrimos, segredos só nossos e que, por isso, são tão especiais. Eu estou muito desinteressante neste momento, eu sei, mas... por favor, não percas a esperança, não desistas de mim porque eu vou voltar em breve, já falta pouco, e voltarei a ser a pessoa que tu uma vez estimaste. Espera só por mim...
quinta-feira, maio 19, 2005
Peço desculpa a quem aqui vem e tem visto nos ultimos tempos sempre o mesmo texto. Não é que não tenha inspiração, só que falta-me tempo e motes. E começo com receio de escrever porque sinto que o que poderá sair serão coisas que mais tarde (um dia, uma hora) me arrependerei de ter mostrado a alguém. Já não tenho muitas forças para dar a volta a um assunto e é difícil expor algo assim a quem mais estimo. Tenho de ter cuidado com as minhas palavras que se recusam a ficar presas em mim. É por isto que não tenho escrito, porque tenho pensado em vocês e em como um texto meu poderia mudar alguma coisa. Vou ver se recupero, mas não prometo escrever muito nos próximos tempos. Isto anda complicado.
Até sempre
Até sempre
Teria de desenhar para mostrar o que sinto. Mas não o sei fazer, só tenho estas palavras sempre iguais com que posso escrever. Talvez consiga dizer o que iria desenhar se soubesse como.
Desenhava o vermelho sujo, o vermelho de dor, de força, de loucura. Misturava-lhe uns traços de azul-escuro, azul-pânico, azul-fuga, um risco apenas, em cima, discreto e hesitante. Em baixo cairiam umas gotas de preto, mas um preto de calma, de fim, tranquilidade, paz. Só não sei o que desenhe por cima deste fundo... Deixa-me pensar...
Aqueles corpos. Sim, gostava de desenhar o suor, o cansaço, o aperto, o sufoco libertador. Seria perfeito desenhá-los por cima deste fundo. Rodeava-os de preto, apenas para os definir. Os dois corpos rasgando-se, roendo-se, mastigando-se como se não estivesse ninguém a desenhá-los, como se não houvesse mais nada. Corpos apenas, sem almas, loucos de ansiedade, mortos pela satisfação. E desenharia com mais cuidado os seus sorrisos, os seus lábios finos, atirados para o lado, sem cuidado de tapar o orgulho em ser cruel. E os olhos... não desenharia olhos, apenas o local para eles, vazios, vazados. As mãos enterradas na carne do outro, puxando algo invisivel para nós. Os cabelos molhados sobre a face. Os contornos simples, os corpos esguios e livres no papel. Não sei... não sei mesmo.
Mas como eu não desenho e tenho dificuldade em descrever um quadro assim... não o farei.
(não é (r) mas foi o que saiu... veremos se ajuda)
Desenhava o vermelho sujo, o vermelho de dor, de força, de loucura. Misturava-lhe uns traços de azul-escuro, azul-pânico, azul-fuga, um risco apenas, em cima, discreto e hesitante. Em baixo cairiam umas gotas de preto, mas um preto de calma, de fim, tranquilidade, paz. Só não sei o que desenhe por cima deste fundo... Deixa-me pensar...
Aqueles corpos. Sim, gostava de desenhar o suor, o cansaço, o aperto, o sufoco libertador. Seria perfeito desenhá-los por cima deste fundo. Rodeava-os de preto, apenas para os definir. Os dois corpos rasgando-se, roendo-se, mastigando-se como se não estivesse ninguém a desenhá-los, como se não houvesse mais nada. Corpos apenas, sem almas, loucos de ansiedade, mortos pela satisfação. E desenharia com mais cuidado os seus sorrisos, os seus lábios finos, atirados para o lado, sem cuidado de tapar o orgulho em ser cruel. E os olhos... não desenharia olhos, apenas o local para eles, vazios, vazados. As mãos enterradas na carne do outro, puxando algo invisivel para nós. Os cabelos molhados sobre a face. Os contornos simples, os corpos esguios e livres no papel. Não sei... não sei mesmo.
Mas como eu não desenho e tenho dificuldade em descrever um quadro assim... não o farei.
(não é (r) mas foi o que saiu... veremos se ajuda)
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