A minha dor de cabeça
O tiritar do despertador acorda-me
E a minha dor-de-cabeça dá-me os bons dias
O frio trepa pelas minhas costas
E a rua berra por um cigarro
Os encontrões levam-me para dentro
Onde o zumbido das luzes permanece
Toda a tarde
A mulher não se cala
Já não a oiço há oito minutos
Fecho os olhos e os sentidos
Mas o mundo continua a rodopiar(-me)
O almoço está frio, não sabe a nada
Assim como esta correria
O menino tropeçou e caiu,
Mas não teve tempo de chorar
O fumo persegue-me até casa
Para onde corro em desespero
E mesmo de porta trancada,
no silêncio,
Todo o deboche me sacode
Nem deitada deixo de ouvir o sino
E no meio de tudo isto,
O que menos me incomoda
São as tuas canções
Em dó maior
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