(trabalho de Português de 11º ano - Escrever um texto sobre "Jovens, vós sois a esperança do futuro" texto argumentativo)
Desisti de implorar aos poderosos, aos importantes, aos dirigentes pela transformação do mundo. Desisti de lhes mostrar que são eles os responsáveis pela continuação da prodridão da sociedade, que a sua cegueira é bastante visível aos seus inferiores. E como este auditório não me ouve, nem a mim, nem ao restante mundo, dirijo-me a vós, jovens, para que me dês um tempo da vossa atenção, para que vos possa nomear de esperança do futuro.
Bem vos oiço, em cada dia que crescem mais um pouco, a vossa indignação perante os espinhos da rosa que nos presentiaram. Sois a voz da verdade, os que compreendem verdadeiramente o sigificado das palavras desonestidade, tirania, violência, injustiça ou maldade mesmo, por vezes, sem as teres experenciado. Agora que começais a acordar do sonho de infância, vais encontrar a verdadeira essência do Homem e a verdadeira imagem do mundo. E, como a vossa criança ainda não abandonou o vosso olhar, têndes a capacidade de razer desse vosso sonho e utopia as soluções para as confusões onde estamos todos enleados.
Vós sois os filhos dos poderosos e importantes mas também dos pobres, dos doridos, dos injustiçados. Sois o futuro destes, mas, no momento da descoberta da realidade, todos são capazes de distinguir o Bem do Mal, o Puro do Doentio. E, nesse momento, tendes duas opções: ou vos conformais, continuais vivendo nesse mundo que tanto vos espantou e indignou, reaprendendo a viver nessa sociedade de mentira, destruição e perversidade ou então levantai-vos, uni-vos e lutai por um lugar melhor, pelo local que o vosso sonho infantil vos mostra.
E é isto que vos peço. Vós tendes essa possibilidade de mudar o mundo! O Tempo está do vosso lado (já pensastes, quem ficará poderoso e responsável quando os actuais responsáveis e poderosos definharem?!). Vós tendes a voz, a força, a coragem, a vontade, as armas. O Mundo terá de vos ouvir pois sois o produto dele, sois a futura geração e é essa geração que governará o próximo mundo.
E tu, sim, tu que pensas que uma única voz (a tua, a minha) não levantará qualquer borrão, tu que não acreditas na força e poder que tens, que queres desistir, que queres calar-te, conformar-te, tu enganas-te! A tua presença conta, porque se somarmos todas essas vozes amedrontadas criaremos tal medo à Maldade que a sua única possessão será a Vergonha de alguma vez ter existido. Todos temos uma palavra a dizer, uma opinião, um voto, não podemos deixar que mais uma poeira que nos quer cegar nos faça retroceder a indignação.
Levantai-vos, jovens, pois sois a esperança do Mundo. Vós sois os verdadeiros poderosos, os únicos possíveis vencedores desta guerra de valores. Porque o Tempo não pára e o futuro pertence-vos. Não deixeis que o veneno deste mundo moribundo vos controle e manipule porque é a vossa integridade que deverá governar-nos. E, por isso, acredito que o Homem será melhor pois vós estareis lá, e eu já não terei de desconfiar quando alguém me oferece um sorriso, saberei então que é da nossa nova esperança.
(Interessante o entusiasmo dos comentários do professor quando li o texto na aula... oh well...)
terça-feira, agosto 31, 2004
segunda-feira, agosto 23, 2004
Coffee and Cigarettes
Fui ontem ao cinema ver o filme "Coffee and Cigarettes". Sinceramente, esperava mais. Esperava conversas mais interessantes, mais movimento, mais interacção entre as supostas personagens.
É um filme diferente, sim, e eu até gosto de filmes diferentes. Vários sketches com diferentes personalidades como Iggy Pop, os White Stripes ou Bill Murray (só para citar alguns, que, por acaso, eram quase os únicos que eu conhecia...), sentadas a uma mesa de café, fumando cigarros, bebendo o seu café, e, por vezes, conversando. Filme a preto e branco. Alguns desses sketches podem fazer alguém adormecer. Mas, para os mais atentos e menos sonolentos, são capazes de reflectir coisas bem comuns em encontros de cafés.
Até dois grandes amigos podem estar juntos num café e perderem a conversa. Aí, ou se refugiam na chávena de café, bebendo e justificando o seu silêncio assim, ou procuram com o olhar algo bem longe da direcção onde se encontra a sua companhia. Podem também fumar, olhar para baixo ou mesmo comentar algo completamente desinteressante. Como o café que estão a beber. E, se o caso for mesmo grave, olham para o relógio, sem repararem nas horas, e dizem que têm de ir embora. O curioso, nesta situação, é a resposta "Tão cedo?!" da parte do outro. Ele bem sabe que não estão a fazer nada, estão simplesmente sentados num café sem terem nada para dizer um ao outro. E estes silêncios podem ser tortuosos. Mas um "Já?!" fica sempre bem.
Houve uma vez que estava num café com uma amiga. E, por momentos, ficámos as duas caladas. Mas não fomos só nós. O café todo estava em silêncio. Não havia música, não havia conversas, não havia qualquer ruído. E este silêncio tão intenso perturbou-me tanto, deu-me uma tontura tal, que tive de falar, qualquer coisa tinha de dizer (se bem me lembro, foi até uma coisa que já tinha dito na conversa anterior) para não sentir a minha cabeça às voltas. Foi muito estranho.
Li algures que uma amizade é quando duas pessoas estam juntas em silêncio e não se sentem constrangidas. Gostava de conseguir partilhar silêncios. Mas é dificil para mim.
O filme tem várias situações em cafés. Agora, que penso melhor no filme, até começo a gostar mais dele. Apesar de se basear sempre em encontros em cafés, tem sempre algo diferente entre eles. É curioso como nos apercebemos da insignificância das conversas de café deste filme e, no intervalo, até as nossas conversas nos parecem futeis. Como se estivessemos no filme, mas compreendessemos de outra forma aquele momento. Como se soubessemos que estamos a conversar para não nos sentirmos constragidos num silêncio quebrável.
Penso que já me estou a confundir neste texto. Chega por agora. Se forem ver o filme, tenham atenção a esses promenores, às reacções das personagens (que representam elas próprias) ao longo do tempo. Talvez da próxima vez que formos a um café, o momento nos saiba um pouco diferente.
"Tudo bem?...A sério?... Tens a certeza que está tudo bem contigo?... Não se passa nada?...então,hmm...não tens mesmo nada para desabafar?..."
Fui ontem ao cinema ver o filme "Coffee and Cigarettes". Sinceramente, esperava mais. Esperava conversas mais interessantes, mais movimento, mais interacção entre as supostas personagens.
É um filme diferente, sim, e eu até gosto de filmes diferentes. Vários sketches com diferentes personalidades como Iggy Pop, os White Stripes ou Bill Murray (só para citar alguns, que, por acaso, eram quase os únicos que eu conhecia...), sentadas a uma mesa de café, fumando cigarros, bebendo o seu café, e, por vezes, conversando. Filme a preto e branco. Alguns desses sketches podem fazer alguém adormecer. Mas, para os mais atentos e menos sonolentos, são capazes de reflectir coisas bem comuns em encontros de cafés.
Até dois grandes amigos podem estar juntos num café e perderem a conversa. Aí, ou se refugiam na chávena de café, bebendo e justificando o seu silêncio assim, ou procuram com o olhar algo bem longe da direcção onde se encontra a sua companhia. Podem também fumar, olhar para baixo ou mesmo comentar algo completamente desinteressante. Como o café que estão a beber. E, se o caso for mesmo grave, olham para o relógio, sem repararem nas horas, e dizem que têm de ir embora. O curioso, nesta situação, é a resposta "Tão cedo?!" da parte do outro. Ele bem sabe que não estão a fazer nada, estão simplesmente sentados num café sem terem nada para dizer um ao outro. E estes silêncios podem ser tortuosos. Mas um "Já?!" fica sempre bem.
Houve uma vez que estava num café com uma amiga. E, por momentos, ficámos as duas caladas. Mas não fomos só nós. O café todo estava em silêncio. Não havia música, não havia conversas, não havia qualquer ruído. E este silêncio tão intenso perturbou-me tanto, deu-me uma tontura tal, que tive de falar, qualquer coisa tinha de dizer (se bem me lembro, foi até uma coisa que já tinha dito na conversa anterior) para não sentir a minha cabeça às voltas. Foi muito estranho.
Li algures que uma amizade é quando duas pessoas estam juntas em silêncio e não se sentem constrangidas. Gostava de conseguir partilhar silêncios. Mas é dificil para mim.
O filme tem várias situações em cafés. Agora, que penso melhor no filme, até começo a gostar mais dele. Apesar de se basear sempre em encontros em cafés, tem sempre algo diferente entre eles. É curioso como nos apercebemos da insignificância das conversas de café deste filme e, no intervalo, até as nossas conversas nos parecem futeis. Como se estivessemos no filme, mas compreendessemos de outra forma aquele momento. Como se soubessemos que estamos a conversar para não nos sentirmos constragidos num silêncio quebrável.
Penso que já me estou a confundir neste texto. Chega por agora. Se forem ver o filme, tenham atenção a esses promenores, às reacções das personagens (que representam elas próprias) ao longo do tempo. Talvez da próxima vez que formos a um café, o momento nos saiba um pouco diferente.
"Tudo bem?...A sério?... Tens a certeza que está tudo bem contigo?... Não se passa nada?...então,hmm...não tens mesmo nada para desabafar?..."
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