O corpo tem dado sinais de si, das internalizações constantes, das angústias crescentes. Nada de mais, é certo, mas tudo pesa, tudo ocupa. E, ao procurar saída, escoo para aqui. No fundo, a casa das minhas raízes.
O que tem sido afinal? Um regresso. O pé que pousa finalmente, depois do passo largo dado. Pousa e regresso a mim, inteira. Passado e presente, um só em direção ao futuro. Construindo-o. Eu, hoje, como eu, ontem, há uns anos, quando o peito pulsava forte e as palavras jorravam com intensidade. Eu, intensa, a invadir o eu de hoje.
E se precisar de ajuda, serei capaz de a pedir?
Pensei hoje, já tive 20 anos. Já tive 21 anos. Já tive 22 e 23. Até já tive 24. Ficou apenas a dormência desses números. Não os recordo. Perdi a minha idade. É preciso celebrá-la de novo, para marcar a memória de comoção e relevância. Preciso celebrar-me. A sério.